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O que é o salitre: causas, composição, consequências e formas de tratamento

O salitre é uma das manifestações mais comuns de degradação por humidade em edifícios antigos ou mal impermeabilizados. A sua presença indica, na maioria dos casos, a existência de humidade ascensional ou humidade por capilaridade, um problema que afeta a durabilidade dos materiais e o conforto dos espaços habitados.

Este artigo explica o que é o salitre, qual a sua origem e composição química, as consequências da sua presença e as principais soluções técnicas atualmente utilizadas para o combater.

O que é o salitre

O termo salitre designa a cristalização de sais minerais solúveis que se depositam na superfície das paredes sob a forma de manchas esbranquiçadas ou pulverulentas.

Estes sais provêm geralmente do solo, da água de infiltração ou dos próprios materiais de construção (como argamassas e tijolos). O fenómeno ocorre quando a água contendo sais dissolvidos ascende por capilaridade através dos poros dos materiais. Ao atingir a superfície e evaporar, os sais cristalizam, originando o salitre visível.

Composição química do salitre

Quimicamente, o salitre é constituído por uma mistura de sais solúveis, principalmente:

  • Nitrato de potássio (KNO₃) – conhecido tradicionalmente como “salitre”;

  • Nitrato de sódio (NaNO₃);

  • Sulfato de cálcio (CaSO₄);

  • Cloretos e carbonatos de origem variada.

Estes sais são higroscópicos, ou seja, têm a capacidade de absorver e reter humidade do ar, perpetuando o problema mesmo após períodos secos. A sua cristalização e recristalização cíclica no interior dos materiais provoca pressões internas que levam à sua degradação.

Consequências do salitre nas construções

As consequências da presença de salitre em paredes e pavimentos são diversas e cumulativas:

  • Problemas respiratórios
  • Degradação dos revestimentos (pinturas, rebocos e estuques);

  • Perda de coesão e pulverulência dos materiais de base;

  • Destacamento e fissuração dos rebocos devido à pressão exercida pelos cristais de sal;

  • Alterações estéticas (manchas, descoloração e aspeto esbranquiçado);

  • Ambiente interior insalubre devido ao aumento da humidade e à proliferação de microrganismos;

  • Desvalorização patrimonial e necessidade de intervenções repetidas se a causa não for tratada.

Métodos de combate e soluções técnicas

O tratamento do salitre deve seguir uma abordagem integrada, que atue sobre a origem da humidade e permita ao mesmo tempo a recuperação física e estética das paredes.

  • Interrupção da humidade ascensional

O primeiro passo consiste em eliminar ou reduzir a subida capilar da água.
Entre as soluções tecnológicas disponíveis, destacam-se os sistemas eletrofísicos de inversão de polaridade, como o I.GEO BOX, que criam uma barreira eletromagnética não invasiva. Este tipo de sistema impede a ascensão da água sem recorrer a injeções químicas ou demolições.

  • Substituição dos rebocos contaminados

Os rebocos afetados devem ser integralmente removidos até à alvenaria sã.
Posteriormente, aplica-se uma argamassa macroporosa e respirável, formulada para permitir a livre evaporação da humidade e reter os sais cristalizados no interior da sua estrutura porosa, sem danificar a superfície visível.

  • Aplicação de produtos neutralizadores de sais

Antes da nova argamassa, é recomendada a utilização de soluções neutralizadoras de sais ou tratamentos anti-eflorescência.
Estes produtos reagem quimicamente com os sais higroscópicos, tornando-os insolúveis e inibindo futuras migrações salinas.

  • Utilização de revestimentos permeáveis ao vapor

Após a secagem, devem ser aplicados revestimentos e pinturas respiráveis, evitando materiais impermeáveis que bloqueiem a difusão do vapor de água e causem acumulação interna de humidade.

Considerações finais

O salitre é um sinal claro de humidade ascensional e deve ser encarado como um problema estrutural e higrotérmico, e não apenas estético.

A sua erradicação requer um diagnóstico técnico adequado e a implementação de soluções duradouras, que permitam controlar a humidade, eliminar os sais e restaurar a capacidade respirável das paredes.

A combinação de sistemas eletrofísicos, argamassas macroporosas e neutralizadores de sais constitui hoje uma abordagem eficaz e sustentável, compatível com edifícios históricos e construções modernas.

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